Isso aí pessoal! Lembram daquele meu texto anterior sobre os CDs e o mercado fonográfico? Pois é, coloquei mais algumas coisas nele e o mesmo foi publicado no jornal de bairro "Folha Zona Sul", do meu amigo de faculdade Fabrício Az.
Abaixo está o texto publicado na íntegra.
CD ainda é lucrativo, dizem as fábricas
É o que dizia a manchete no Terra, cheguei por um momento a acreditar que estivéssemos dando a volta por cima nessa crise vivida pela indústria do disco, com a pirataria cada vez mais ganhando espaço. Mas lendo todo o artigo, percebe-se uma certa saída pela tangente e uma abordagem sobre o tema de maneira superficial, levando o leitor a achar uma coisa quando na verdade é outra. A matéria fala que a produção de CDs e DVDs, tendo como referência as duas maiores duplicadoras do país (Microservice e Videolar) estabilizou desde o ano passado, não tendo perdas. Só que se prestarmos atenção aos fatos apresentados, fala-se justamente de forma geral e não especificamente das mídias destinadas à indústria fonográfica, aquelas que se tornarão o CD do Caetano Veloso ou o DVD da Ivete Sangalo. Inclusive esse detalhe é bem lembrado por um dos entrevistados, Alfredo Gallinutti, gerente de desenvolvimento tecnológico da Microservice. Ele frisa que a produção de CDs-R e DVDs-R para os mercados de informática e fotografia vão muito bem, obrigado. E conclui o que todos nós (ou pelo menos quase todos) sabemos, que o suporte físico para este segmento continuará por um bom tempo devido a sua praticidade e custo baixíssimo.A verdade é que estamos longe de um veredicto final sobre esse debate, afinal são inúmeros os fatores que levam à crise. Mundialmente falando essa crise está estável há pelo menos três anos, desde que os iPods e MP3 tornaram-se uma coisa cotidiana, dando esperança e injetando gás no mercado musical. Pois sabemos que lá fora, os executivos tanto de gravadoras quanto de lojas do ramo souberam aproveitar a onda de novidades e hoje já colhem lucros, pequenos ainda diante dos anos de perda, mas são lucros, dessa nova aposta.Resta saber se países como o Brasil vão ter esse mesmo tipo de visão e correr atrás do prejuízo. Posso adiantar que por aqui, se for para ir atrás do tempo prejuízo, a largada foi dada e esquecemos de correr. Não se trata apenas de empreendedorismo e atitudes de um setor da economia e sim de toda a sociedade, só que isso é papo para outro dia.
Em contrapartida, o mercado fonográfico vê aumentar o consumo daquele que se pensava estar morto décadas atrás: o vinil! Sim, as velhas bolachonas pretas estão voltando com tudo às prateleiras das lojas nos EUA, Europa e Brasil, por incrível que pareça!
Nos Estados Unidos, desde 2007, o mercado vê crescer os números de vendas neste formato, a conseqüência disso é vista nos lançamentos de quase todos os artistas do momento em formato long play (LP). Aqui no Brasil a procura também aumentou, mas com o fechamento da última fábrica de discos de vinil do país, a Polysom em Belford Roxo no Rio de Janeiro, o jeito é gastar um pouco mais em cópias importadas, em sua grande maioria da Europa.
A procura pelo LP deve-se ao fato da qualidade e fidelidade alcançada pelo vinil, coisas que o CD até hoje não conseguiu e o MP3 nem se fala, pois é um arquivo comprimido onde há perda de certas freqüências para que a linguagem binária dos computadores possa compreender o arquivo. Além também do aspecto artístico, afinal as artes para capa e encartes ganham outro status quando impressos nas dimensões do disco.
Estilos como o hip-hop, inclusive, têm no LP um dos elementos de expressão de sua cultura, uma vez que junto com a dança, o grafite, o jeito de se vestir, também é na figura do DJ que o movimento é estabelecido, e sabemos que uma ferramenta fundamental para este último são os bons e velhos discos pretos.
Mas se engana quem pensa que os LPs estarão relegados a artigos de luxo para colecionadores apenas, a gravadora Deckdisc tem planos de reabrir a Polysom ou abrir sua própria fábrica de vinis com maquinário importado da França, mais moderno. Só que ainda é só especulação, aqueles que quiserem comprar seus LPs ainda terão que desembolsar um bom dinheiro com importados trazidos diretamente através de sites on line ou lojas como a Livraria Cultura em São Paulo, que já dedica um espaço em suas prateleiras em meio a um mar de CDs e DVDs. Já é um começo!
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2 comentários:
"A procura pelo LP deve-se ao fato da qualidade e fidelidade alcançada pelo vinil, coisas que o CD até hoje não conseguiu e o MP3 nem se fala, [...]. Além também do aspecto artístico, afinal as artes para capa e encartes ganham outro status quando impressos nas dimensões do disco."
Xiii.. até te mandei um e-mail. hehehe
Abs!
Achei que o LP estava limitado somente aos sebos, mas fico feliz que ele continue ai, firme e forte. Mas sou mesmo da música no pc e não no lp. Abraços e até...
Vlad Drac (/fifield)
ps: Propaganda política virou circo a muito tempo. Vejo uma vez e me dá nojo. Seria interessante se mais de 50% da população votasse nulo só para ver a reação dos nossos líderes.
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