COMUNICAÇÃO & CONVERGÊNCIA pt. III

Convergência de conteúdo: Para onde vai?

Foi pensando nisso tudo que o norte-americano Henry Jenkins descreve em seu livro “Cultura da Convergência”. No livro ele investiga todo esse alvoroço em torno dessas novas mídias e coloca em pauta as importantes transformações culturais que já falamos acima à medida que os meios de comunicação se convergem.
Um de seus pontos é expor, por exemplo, os usuários da internet que freqüentam fóruns e comunidades dedicados a compartilhar e desvendar segredos de seriados de TV como Lost e Heroes. Tais “locais” de encontro são debatidos os revezes dos capítulos que momentos antes foram transmitidos pela TV.
Outra curiosidade que ele expõe ao leitor é o mundo fantástico de Harry Potter, onde os fãs podem escrever novas histórias que não aparecem nos livros e nos filmes, uma espécie de bastidores e capítulos paralelos à trama original que fazem o universo do bruxinho crescer e ganhar vida própria.
Ainda nesse ponto de criar novas histórias, talvez o mais famoso seja o de Star Wars que, além do filmes, as personagens já têm séries próprias, desenhos animados que abordam justamente esse dia-a-dia paralelo ao roteiro central. A Lucas Films inclusive incentiva os fãs a criarem pequenos curtas em seu site, obedecendo a um rigoroso regulamento, onde podem ou criar histórias que acompanhem o desenrolar das histórias do filme que não saíram na versão final ou elaborar novos episódios com novos protagonistas, o usuário pode, por exemplo, criar o seu próprio “conselho Jedi”.

Talvez o ponto de partida para o leitor entender melhor o que Jenkins explica em seu livro, seja a trilogia de Matrix. Pois ali fica claro para a grande massa da nossa sociedade o que queremos dizer com cultura de convergência. Seja pela história contada no filme, seja pela febre que a película causou em seus espectadores. É a partir desse filme que é estampado para todos que os meios de comunicação não são mais os mesmos.