terça-feira, 22 de maio de 2012

Engarrafamento na Avenida Brasil

A semana começou com o pronunciamento da presidente Dilma Rousseff e o Ministro da Fazenda, Guido Mantega, sobre o corte do imposto sobre produtos industrializados (IPI) em cima de carros populares. A medida é mais um esforço para incentivar o consumo dos brasileiros, a fim de evitar impactos da crise econômica mundial.
Tal atitude do governo vai contra todos os esforços do "Veta, Dilma!", movimento iniciado nas redes sociais pedindo à Presidente que não assine o texto do novo código florestal aprovado pelo Congresso. Afinal, cortar um imposto que incide diretamente no preço final de automóveis, mesmo que populares, é apostar no aumento da frota que já é grande em grandes centros, como Rio de Janeiro e São Paulo. Isso acarretará num aumento do trânsito e, obviamente, num prolongamento dos engarrafamentos em horários de pico.
No Brasil, o crescimento econômico nunca andou junto com o crescimento racional de suas capitais, isso gerou metrópoles cada vez mais desordenadas e com problemas ainda mais difíceis de se resolver. Ao invés de investir em transporte público de qualidade, inclusive meios alternativos, sempre optou-se por crescer na economia para depois imaginar como acomodar os resultados do aumento de consumo e da população.
mentalidade do ministro Mantega mostra-se atrasada, utilizada décadas atrás em países como os Estados Unidos, que hoje pagam um preço caro pelo descaso com o meio ambiente. Já o Brasil sempre teve representantes que procuravam enxergar pra frente, procurando mostrar que a ordem e o progresso podem conviver harmoniosamente com a natureza, tendo em vista que 60% da floresta amazônica fica em território nacional.
Tais atitudes retrógradas fazem com que a "Rio +20", encontro para discutir ações a respeito do meio ambiente e como solucionar problemas que afetam o planeta, seja realmente um fracasso, uma vez que os próprios países que participarão do encontro já falam que a mesa de debates pouco adiantará em soluções práticas para salvar o planeta do ritmo acelerado que o ser humano o impõe.

Outro anúncio feito pelo Governo foi abrir mão de parte do compulsório dos bancos privados. Isso nada mais é que uma cessão do Planalto com relação à baixa dos juros imposta pela equipe econômica do Ministério da Fazenda junto com o Banco Central. Se por um lado Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal acataram a ordem, os bancos privados praticamente ignoraram o recado dado por Dilma, forçando a presidente ir em rede nacional de rádio e TV para atacar essas instituições, pedindo apoio do povo.
Todos sabiam que essa queda de braço, em algum momento, ia provocar um "acordo" do governo com os banqueiros. Esse trato é justamento abrir mão de parte do compulsório haver mais oferta de crédito no mercado.
Ainda é cedo para saber se dará certo, assim como não sabemos por quanto tempo Nina vai conseguir esconder seu plano de Carminha. Portanto, tanto nos rumos do país quanto em "Avenida Brasil", aguardem cenas do próximo capítulo.


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